A vida em condomínio nada mais é do que um reflexo em miniatura daquilo que acontece em sociedade. Ou seja, em tempos de preocupação com o coronavírus, todas as recomendações passadas pelas autoridades também devem ser levadas à risca nos prédios e nas áreas comuns, até porque, dependendo do tamanho do empreendimento, o número de moradores, funcionários e prestadores de serviço que frequenta os mesmos locais é significativo.
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Nesse cenário, todos têm papel fundamental e não há espaço para desatenção. Condôminos e gestores são igualmente responsáveis pelos cuidados em relação à higiene pessoal para evitar uma possível disseminação da Covid-19. O síndico, por sua vez, deve ter um cuidado extra com as áreas comuns do residencial.
“As recomendações são para o síndico intensificar medidas de higiene e limpeza dos locais que tenham grande circulação, como hall de elevadores e recepção. Assim como assegurar que superfícies e ambientes como corrimões, interior dos elevadores, lavanderias e puxadores de porta estejam limpos e esterilizados. Também deve disponibilizar álcool em gel para higienização das mãos nesses lugares de muita movimentação e reforçar a ventilação por meio da abertura de portas e de outras passagens de ar que estejam eventualmente fechadas”, diz Leonardo Boz, sócio-fundador da LAR.app.
Importante dizer que os profissionais de limpeza dos condomínios devem usar equipamentos de proteção individual, como luvas e máscaras. O indicado é sejam utilizados alvejantes, álcool ou produtos com hipoclorito de sódio.
Nos elevadores, o cuidado deve ser redobrado já que esses equipamentos são utilizados praticamente por todas as pessoas. “Caso o condomínio não tenha tempo de se proteger com dispensers de álcool gel dentro dos elevadores e nas áreas de acesso, coloque banquinhos com os frascos do material e solicite para que todos os condôminos e prestadores de serviços utilizem antes e após o uso do meio de transporte. Outro ponto a ser considerado é ao chamar o elevador: se tiver uma pessoa de grupo de risco, não adentre. Peça autorização, e se não for permitida a entrada, deixe que ela chegue ao destino final”, afirma Roberto Piernikarz, diretor-sócio da BBZ Administradora de Condomínio.
Como as aglomerações de pessoas também devem ser evitadas por recomendação sanitária do Ministério da Saúde, as assembleias precisam ser adiadas ou, se for viável, realizadas por aplicativos ou canais de videoconferência.
E justamente pela falta de reuniões presenciais, os meios de comunicação dos condomínios devem ser explorados para difundir o máximo de informações necessárias. “Por meio deles podem ser reforçadas as orientações sobre cuidados individuais dos moradores e funcionários, como cobrir a boca e o nariz com o braço ao invés das mãos, fazer constante higienização das mãos, evitar o toque nos olhos, nariz e boca, manter o ambiente ventilado, sem uso de ar-condicionado. Em razão do isolamento social, principalmente dos idosos, que devem ficar em casa, o síndico pode até criar uma rede de apoio nesses canais, incentivando os mais jovens a se mobilizar para ajudar os mais velhos, indo a farmácias, supermercados, entre outros comércios para preveni-los de contato com pessoas contaminadas”, conta o representante da LAR.app.
No acesso de entrada e saída de pedestres também é indispensável a oferta de produtos para higienização das mãos. “É importante disponibilizar uma pia para que seja feita a lavagem das mãos conforme o protocolo sanitário. É nesse local também que fica o sistema de biometria, um dos procedimentos de segurança mais adotados pelos residenciais. Nesse momento de pandemia, é fundamental que os condomínios busquem outra alternativa para o acesso e saída de moradores e visitantes”, opina Piernikarz.
Quarentena domiciliar – Caso haja morador em isolamento domiciliar com confirmação ou suspeita da doença, o síndico pode avisar o restante dos condôminos. No entanto, ele não deve revelar a identidade da pessoa.
Dentro do imóvel há algumas regras específicas determinadas por especialistas que devem ser seguidas caso haja outros moradores dentro da residência de forma a não contaminá-los: a pessoa deve ficar em um cômodo separado da casa com janelas abertas para manter uma boa ventilação no ambiente e realizar a limpeza periódica do local, deve-se separar toalhas e objetos de uso pessoal, como pasta de dente, talheres e pratos, as roupas de cama, banho e pessoais devem ser lavadas separadamente, todas as superfícies do banheiro devem ser desinfetadas após o uso e é necessário utilizar máscara ao estar no mesmo ambiente que os outros moradores.
O lixo produzido na residência também precisa ser manuseado de forma diferente. “Os resíduos gerados, de fato, representam risco não só para os que residem na unidade cujo proprietário foi acometido pelo coronavírus, mas, também, para toda a coletividade, caso não seja observado o seu correto manuseio e descarte. Para que se evite possíveis contágios é primordial a utilização de instrumentos de limpeza descartáveis e que em momento anterior ao descarte o lixo seja devidamente isolado em um saco plástico, se possível, hermético”, orienta Rafael Thome, presidente da ABADI (Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis).
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Por Caroline Garcia
Via: revistaareacomum